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Um memorial feito de destroços
13 Agosto, 2018 / ,

 

No cemitério de Agramonte, na zona da Boavista, uma gigantesca arca preenchida com ferros queimados e retorcidos lembra uma das maiores tragédias da cidade.

Na noite de 20 de março de 1888, um violento incêndio destruiu completamente o Teatro Baquet, um edifício com duas entradas (pela Rua de Sá da Bandeira e Rua de Santo António, atual Rua 31 de janeiro). Nessa noite fatídica, a sala estava cheia e no palco representava-se uma ópera cómica. Numa mudança de cenário, um dos panos tocou na chama da iluminação a gás. Devido aos materiais,  à antiguidade do edifício e à inexistência de um plano de segurança, o fogo propagou-se rapidamente e 120 pessoas terão morrido nessa tragédia.

O incêndio levou a que fossem redobrados os cuidados com a segurança em todas as salas de espetáculo da cidade e, para que tal desgraça nunca mais fosse esquecida foi feito um memorial no Cemitério de Agramonte. O mausoléu, que ainda hoje intriga quem desconhece este episódio da história da cidade, foi feito com pedaços de ferro e tem no topo uma grande coroa de martírios, também em ferro.

Manuel de Novaes Cabral
13 Agosto, 2018 / , ,

Nascido em 1960 nesta cidade, é nela que exerce a sua vida profissional, excluindo o período em que foi chefe do gabinete do ministro Valente de Oliveira, em Lisboa. É a partir daqui que, desde novembro de 2011, lidera o conceituado IVDP, Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, o qual tem por missão fiscalizar, controlar e certificar a qualidade e a quantidade dos vinhos do Porto e do Douro, bem como promove-los e defender as respetivas denominações de origem.

Licenciado em direito e pós graduado em economia europeia pela Universidade Católica Portuguesa, desempenhou funções como diretor adjunto no saudoso jornal O Primeiro de Janeiro e foi assessor da Fundação de Serralves.

Mas antes de chegar ao IVDP esteve 8 anos como Diretor Municipal da Presidência da Câmara do Porto e muitos anos na Comissão de Coordenação da Região do Norte.

Voltando ao vinho, a sua ligação é profundamente familiar e também institucional, pois foi 4 anos Secretário-geral da Assembleia das Regiões Europeias Vitícolas e representou a Câmara do Porto na Great Wine Capitals. Essa ligação faz-se ainda através dos livros, gosto enraizado e devidamente cultivado; entre outros, publicou Aspects de la politique Vitivinicole des Régions d’Europe (3 vols., 2000 e 2001), Territórios do Vinho–Territories of Wine (1ª ed. EV, 2009; 2ª ed. Modo de Ler, 2010) e  Outros Territórios do Vinho-Other Territories of Wine (ed. Modo de Ler, 2012) e, claro, da sua frequente participação regular em jornais e revistas. Com o vinho como centro da atenção, mas com especial foco nos que a região do Douro nos proporciona.

Porque considera o vinho um elemento cultural, não prescinde de fazer constantemente essa ligação: apresentou este mês de Julho o livro Os Poemas da Minha Vida, o 23º volume de uma coletânea comentada de poemas, inserido numa coleção iniciada por Mário Soares e que inclui autores como Marcelo Rebelo de Sousa, Vasco Graça Moura ou Eduardo Lourenço.

São dele as sugestões sobre a cidade onde vive e que conhece bem. E que boas dicas aqui ficam.

 

restaurante: gosto muito de ir ao Ernesto, na Rua da Picaria. Concilia muito bem um ar antigo, com o cosmopolitismo da sua clientela. E as paredes cheias de memórias, com o bom gosto aconchegante do meu amigo Reinaldo, a par de uma cozinha honesta e irrepreensível.

 

 

bar: A Capela Incomum, no Carregal. O local, os amigos e a memória antiquíssima da frequência (sem qualquer sucesso) do antigo Conservatório…

passeio. O Porto não é uma Cidade romântica por natureza? Vamos fazer os Caminhos do Romântico!

 

– local ideal para beber um vinho do porto – O Vinho do Porto, só por si, à temperatura e no copo adequados, transforma qualquer local. Sugiro, naturalmente, o ambiente das Caves de Vinho do Porto, em Vila Nova de Gaia.

 

 

 

segredo da cidade que podes revelar: o coração de D. Pedro, na Igreja da Lapa, cuja chaves são partilhadas pelo Provedor da respectiva Irmandade e pelo Presidente da Câmara do Porto – só acessível a alguns e em raríssimos momentos.

 

 

 

E sendo um bocadinho lúgrube: porque não cirandar pelos cemitérios do Porto, como as catacumbas de S. Francisco, ou ”conviver” com Camilo Castelo Branco ou Arnaldo Gama no cemitério da Lapa? E, se for aí, peça para ver a pistola com que Camilo se suicidou, em 1890, em S. Miguel de Seide

 

 

Uma última dica: não deixe de visitar uma das menos conhecidas e mais notáveis Casas do Porto, o antigo Banco Comercial do Porto, actual Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, na Rua Ferreira Borges, o que pode fazer com um copo de Vinho do Porto na mão.

CORTEJO DO TRAJE DE PAPEL NA FOZ DO DOURO
9 Agosto, 2018 / , , , ,

Os verões na zona mais ocidental do concelho do Porto têm anualmente uma animação cultural muito característica e peculiar – mas, sobretudo, única. De meados de junho a meados de setembro, a União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde recebe as Festas de São Bartolomeu, um conjunto de atividades que anima as ruas e une populações e visitantes.

O Cortejo do Traje de Papel é, reconhecidamente, o momento mais esperado das festividades, com uma história que ultrapassa já a centena e meia de anos e que na última década tem ganho especial relevo na cidade.

 

São meses de trabalho e preparação, com um foco permanente nas raízes, na história e nas estórias da região. A 2ª Invasão Francesa de 1809 e a Libertação da Cidade do Porto é o tema para o Cortejo do Traje de Papel em 2018, que decorrerá no dia 26 de agosto. São metros e metros de papel, cirurgicamente trabalhados por mãos dedicadas que mantêm vivo este momento festivo da cidade.

Só em figurantes, a edição deste ano conta com 350, oriundos de coletividades e associações da União de Freguesias, que se juntam às restantes centenas que visitam a Foz do Douro para viver esta experiência ímpar.

O formato atual tem 75 anos e integra um percurso que procura chegar aos principais centros nevrálgicos da história da Foz do Douro. O desfile de trajes inicia-se pelas 10h30 e passa pela Cantareira, rica pela sua tradição piscatória.

Depois da passagem inevitável pelo carismático Jardim do Passeio Alegre, espaço cúmplice de muitos intelectuais que preenchem a cultura da Foz do Douro e do Porto, o Cortejo prossegue até à Praia do Ourigo, na qual se realizam os Banhos de Mar, um dos momentos mais marcantes das Festas de São Bartolomeu.

Estes banhos estão repletos de tradição e lendas. Também conhecidos como “banhos santos”, estes mergulhos nas águas do Atlântico – sete, como manda a tradição – representam uma forma de agradecer os favores de São Bartolomeu no ano transato e de livrar e expurgar as maleitas ao longo dos próximos doze meses.

Os participantes da edição deste ano provêm do Bloco da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, da Associação de Moradores do Bairro Social da Pasteleira – Previdência, da Associação de Moradores do Bairro Social de Aldoar e do Orfeão da Foz do Douro.

Muitas são as personalidades da cidade e não só que se juntam a esta tradição, mostrando que a cidade é feita de todos e com todos, mesmo na mais popular das suas tradições.

A Loja das Tábuas – Uma Expressão da Natureza
9 Agosto, 2018 / ,

Já visitou a Loja das Tábuas? Aquela que produz tábuas para grande parte dos Chefes de cozinha e que comercializa produtos tradicionais portugueses com matérias-primas nacionais e os revitaliza, com um toque contemporâneo e elegante.

Visite-a no Palácio das Artes, no Porto, e encontre dezenas de modelos diferentes de tábuas, para corte ou para servir à mesa, que poderá personalizar no momento com uma gravação a laser. Para além do pinho português, encontrará, por exemplo, tábuas em madeira de carvalho, em madeira de oliveira e ainda diversos produtos em cortiça.

Lá pode encontrar ainda outros utensílios como bancos, caixas de vinho ou produtos de cutelaria nacional.

No final, leve as suas tábuas numa embalagem em serapilheira reutilizada para completar uma experiência que valoriza a tradição e o conhecimento do passado e produz emoções no presente

Largo de São Domingos, 20
Palácio das Artes
Porto
+351222080067
https://www.lojadastabuas.pt

 

A arte do ferro forjado
20 Julho, 2018 /

Ao passear pelo Porto pare por momentos para olhar as varandas, portas e janelas e descubra verdadeiras obras de arte em ferro forjado.

Presente em grandes obras, como as pontes D. Maria e D. Luís I ou o Mercado Ferreira Borges, o ferro não foi apenas usado na arquitetura e engenharia. O ferro forjado, por ser mais maleável, foi (e continua a ser) usado em peças decorativas mais delicadas, feitas de forma artesanal com um conhecimento passado ao longo de gerações.

Ao caminhar pelo Porto vai descobrir centenas de pequenas obras de arte presentes nas portas, janelas e varandas. Motivos geométricos, flores, plantas e animais “esculpidos” em ferro forjado decoram casas, tornando-as únicas. Em alguma poderá mesmo ver, entre as rendas de ferro, a data da construção ou as iniciais do seu proprietário.

O autor da página Porto a Penantes percorreu as ruas da cidade e nesta edição partilha consigo alguns exemplos da beleza do ferro forjado.

facebook.com/PortoaPenantes/

Igreja Senhora da Conceição
20 Julho, 2018 /

É uma das igrejas mais recentes do Porto e, para além de uma arquitetura ímpar, oferece, a partir da sua torre, uma vista privilegiada sobre o Porto e cidades circundantes.

Consagrada a Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Portugal, é conhecida entre os portuenses simplesmente como Igreja do Marquês, nome da praça onde se encontra.

A criação da Paróquia da Senhora da Conceição, em 1927, tornou necessária a construção de uma igreja que pudesse receber os habitantes daquela zona da cidade, que se tornava cada vez mais populosa. O projeto foi entregue ao monge beneditino Paul Bellot. A primeira pedra foi colocada em 1938, mas, devido a dificuldades económicas e à II Guerra Mundial a obra só ficaria concluída em 1947.

A arquitetura tem influências góticas, bizantina e árabe. No interior, destacam-se os vitrais com cenas de vida de Cristo e da Virgem Maria e um órgão de 39 registos. Uma das torres tem 18 sinos, que podem tocar 120 músicas diferentes. Subindo a torre, que é um dos pontos mais altos da cidade, é também possível desfrutar de uma vista deslumbrante.

Praça do Marquês de Pombal, 111, Porto
Visitas: das 10h30 às 12h00 e das 15h00 às 17h00

Jardim do Carregal
20 Julho, 2018 /

É considerado o último jardim Romântico do Porto. A ponte que atravessa o lago e as árvores frondosas que o rodeiam criam um ambiente único e tranquilo numa zona bastante movimentada.

Construído em 1897, este jardim foi projetado pelo Jardineiro-Paisagista Jerónimo Monteiro da Costa. O lago, a ponte e árvores como cedros, sequoias e araucárias fazem com que este espaço verde seja um local bastante agradável para relaxar.

Localizado junto ao Hospital de Santo António, este jardim presta também homenagem ao médico, professor, investigador e artista Abel Salazar, com uma estátua da autoria do escultor Hélder de Carvalho.

O nome (Carregal), vem de uma planta chamada carrega, que crescia nas margens do Rio Frio, que nascia perto da Torrinha e passava pelo local onde está hoje o hospital.

As sugestões de Maria Miguel
20 Julho, 2018 / , ,

Aos 17 anos Maria Miguel já desfilou para marcas como a Saint Laurent, Chanel e Isabel Marant. A carreira – que tenta conciliar com os estudos – faz com que viaje muito, mas o Porto é a sua casa.

A paixão pela cidade é assumida e ainda recentemente dizia, numa entrevista a um jornal português, dizia: “Para mim, de todas as cidades, é a melhor para viver. Tem mar, tem rio, tem comida ótima”.

Maria Miguel nasceu em Braga, mas vivia na zona do Gerês. Quando o pai foi trabalhar para Angola, a jovem acompanhou a família e viveu durante sete anos naquele país africano. Ainda esteve um ano em Inglaterra, mas agora, apesar de passar muito tempo em Paris, é no Porto que tem a família e os amigos e é aqui que volta sempre que pode.

A moda surgiu por acaso na vida desta “maria rapaz”, que gostava de jogar futebol e de andar de calções. Foi várias vezes abordada por representantes de agências de modelos, mas aos 14 anos resolveu experimentar. Depois de ter vencido o concurso L’Agence go to model começaram a surgir propostas de trabalho. Viajou para Londres e posteriormente para Paris, onde fez um casting para a Saint Laurent que lhe mudou a vida. Já abriu dois desfiles da marca e durante um ano trabalhou em exclusividade para a prestigiada marca parisiense. Apesar de todos este sucesso, a jovem continua a não se deixar deslumbrar pela fama, mantendo gostos simples e normais para uma jovem da sua idade.

Restaurante

Puro 4050: Tem a melhor pizza de trufas do mundo!

Largo São Domingos, 84 Porto

Passeio

Baixa do Porto: Não só é lindo, mas também dá para fazer um bom exercício, porque está cheia de subidas e descidas.

Jardim 

Parque da Cidade: Porque tem campos de futebol fixes!

 

 

 

As barbearias tradicionais do Porto
20 Julho, 2018 / , , ,

Estas são nove das barbearias tradicionais na cidade do Porto e todas se situam entre o Hospital Santo António e a Estação de São Bento.

Também tradicional é a decoração destas barbearias, com cadeirões de ferro e instrumentos de latão capazes de aguentar décadas de uso. Os profissionais também acompanham esta longevidade: muitos são senhores de idade avançada com o cabelo descolorado pelo tempo e os dedos hábeis envoltos em rugas.

  • Barbearia Porto: Nasceu em 1946, mas dessa data só restam as cadeiras e uma caixa de engraxador. O resto da decoração vintage foi trazida pelos novos proprietários. Fica a dois passos dos Aliados.
  • Barbearia Garrett: Desde 1979 nas mãos de Acácio Branco, esta barbearia encontra-se a poucos metros da Câmara Municipal do Porto. Com uma decoração à moda antiga, este estabelecimento só tem clientes masculinos.
  • Oficina do Cabelo: Antiga barbearia Tinoco, reabriu com este nome. De 1929 mantém os lavatórios em mármore, cadeiras em ferro, enormes espelhos e chão revestido com mosaicos em leque. É hoje considerada património do Porto.
  • Barbearia Santo António: Não é muito maior do que um corredor, mas traz muita história nas mãos de António Cardoso. São mais de 50 anos de cortes no início da Rua 31 de Janeiro.
  • Barbearia Norton: Nesta barbearia, na zona da Batalha, fala-se de tudo e mantém-se viva a tradição do barbeiro de bairro, com cadeiras de couro, pincel para a barba e navalhas para a barba.
  • Salão Veneza: São quase 90 anos de vida e mais de 70 de barbeiro. Nestas poltronas bordeaux já se sentaram figuras incontornáveis da nossa história.
  • Barbearia Sport: Foi em 1942 que se instalou no Porto esta barbearia que viveu uma era em que se perdia mais tempo a embelezar o bigode do que a cortar o cabelo.
  • Barbearia Invicta: Aventino Silva está nesta barbearia desde os 10 anos e apesar da chegada das lâminas não perdeu clientes.
  • Barbearia Orlando: Já conta com dois espaços no Porto, mas é na Rua Álvaro Castelões que se mantém a tradição, os clientes e as conversas sobre tudo.

Fonte: “Os bigodes à antiga e a arte de os fazer bem feitos” – Prova de Aptidão Artística de Edgar Duarte (Escola Artística Soares dos Reis)

Rua da Picaria 
20 Julho, 2018 /

Começou por estar ligada aos cavalos, já foi uma rua procurada por quem queria comprar móveis e atualmente é um local cosmopolita, onde é possível encontrar restaurantes com gastronomias de todo o mundo.

A designação de picaria parece ser anterior à própria rua e pode indicar que naquele local, ou nas imediações, existiu um picadeiro. A rua só começou a ser planeada no século XVIII, numa altura em que esta zona da cidade, ainda bastante rural, foi urbanizada e modernizada.

Pavimentada em finais dos anos 30, esta rua foi, durante décadas, ocupada por marceneiros e pequenas lojas de móveis. Na ausência de montras, os passeios estreitos eram muitas vezes ocupados por pequenas estantes e bancos de madeira. Era também nestes marceneiros que se faziam caixas de pinho usadas pelos portugueses que, nos séculos XIX e XX, emigravam para o Brasil em busca de trabalho e riqueza.

Aquela zona tem também tradição na animação noturna, tendo existido por ali dois cabarets famosos. A abertura da Rua de Ceuta, já no século XX, levou a que algumas casas nas imediações fossem demolidas. A Travessa da Picaria desapareceu, mas a rua manteve-se até aos dias de hoje.

Atualmente, a Rua da Picaria é um dos locais mais animados do Porto, dada a grande diversidade de restaurantes e diferentes opções gastronómicas.

Curiosidades:

A Anglo Portuguese Telephone Company instalou-se na Rua da Picaria e construiu ali um edifício que ainda hoje pertence a uma empresa de comunicações.  As cabines telefónicas vermelhas, que ainda existem em algumas ruas do Porto, são um vestígio desta empresa luso-britânica.

No número 49 cresceu Francisco Sá Carneiro, Primeiro-Ministro de Portugal falecido em 1980.Do outro lado da rua tinha o seu escritório de advocacia.

Na esquina da Rua da Picaria com a Rua de Ceuta existiu em tempos o Tribunal onde o escritor Camilo Castelo Branco foi julgado pelo crime de adultério. A sua relação com Ana Plácido, mulher de um próspero comerciante, chocou a sociedade portuense do século XIX.