Na centralíssima Praça da liberdade, mais precisamente na confluência com a Rua Dr. Artur de Magalhães Basto junto ao Edifício do Banco de Portugal, está instalada uma estátua, hoje em dia vista desenhada e fotografada não só pelos milhares de pessoas que nos visitam, mas igualmente por tantos habitantes locais nas suas passagens rotineiras, e que representa um guerreiro.
Ela tem uma série de particularidades que só por si despertam algum interesse.
Desde logo o facto de ser possivelmente a que mais ‘passeou’ pela cidade. Está neste momento e desde 2013 no local mais próximo do ponto para onde foi idealizada, que foi o alto do frontão triangular da fachada do palacete que existia no topo norte da actual Praça da Liberdade onde esteve instalada durante cerca de cem anos a Câmara Municipal até à sua demolição em 1916 para a abertura da então Avenida das Nações Aliadas, actual Avenida dos Aliados. Nessa altura foi apeada e colocada junto ao Paço Episcopal e mais tarde ao lado da Muralha Medieval. Mais tarde voltou a ser removida, desta vez para os Jardins do Palácio de Cristal até que o Arquitecto Fernando Távora, na obra de requalificação da Casa dos 24, a instalou no Terreiro da Sé até ser finalmente depositada no local onde hoje se encontra.
Outro aspecto curioso é que sabemos que foi idealizada e por isso muitas vezes atribuída ao Escultor João de Sousa Alão mas não por si feita. Ele encomendou-a ao Mestre Pedreiro João Silva que foi na realidade o seu autor.
A ideia inicial era adornar aquele palacete que até então tinha sido uma residência particular, com símbolos que o identificassem com as novas funções de Sede dos Paços do Concelho.
E assim foi concebido este guerreiro com as suas armas e um elmo encimado por um dragão, bem como um escudo onde para além da inscrição Portus Cale surgem as Armas da própria Cidade. Por todos estes motivos, esta obra recebeu o nome da própria cidade que simboliza: “Porto”.
Uma última referência tem a ver com o os custos e contrato de pagamento, pois de acordo com os documentos das contas municipais desse ano de 1818, deveria ser liquidada em 3 vezes a quantia de… 343$20. Se não contarmos com as obvias actualizações, este valor corresponde a cerca de € 1,60…
Há marcas do escritor por toda a cidade :
A fonte que está no Jardim do Marquês tem já uma longa história. Foi colocada neste local em 2006, depois das obras de requalificação do jardim, mas durante décadas iluminou, literalmente, a Praça D. João I.
A Praça D. João I só foi inaugurada em nos anos 40 e com uma aura de grande modernidade, graças aos dois edifícios bastante altos que a ladeavam e que ainda existem. Um deles era, à época da construção o edifício mais alto do país. Fazendo a ligação entre a Rua Passos Manuel e a Avenida dos Aliados, esta nova praça, construída onde antes existiam outros edifícios, viria a receber elementos decorativos marcantes: as esculturas de bronze “Os Corcéis”, que ainda lá estão, e a fonte luminosa, que entretanto mudou de local e que está agora no Marquês, embora desprovida de alguns dos seus elementos originais.
São Gonçalo de Amarante, nasceu por volta de 1190, na freguesia de S. Salvador de Tagilde, no concelho de Vizela, no seio de uma família nobre (os Pereiras). Sob a proteção do arcebispo da Arquidiocese de Braga, Gonçalo cursou as disciplinas eclesiásticas na escola-catedral da Sé arquiepiscopal, vindo a ser ordenado sacerdote e nomeado pároco da freguesia de S. Paio (ou S. Pelágio) de Riba-Vizela. Parte em peregrinação primeiro a Roma donde passou a Jerusalém, onde se demorou 14 anos, deixando os paroquianos ao cuidado dum sobrinho sacerdote. De regresso a Portugal, é escorraçado pelo mesmo que mediante uma trama teria sido nomeado como pároco da freguesia. Resignado, deixa S. Paio de Riba-Vizela, ingressa na vida conventual da Ordem dos Pregadores, recentemente fundada por S. Domingos, construindo uma pequena ermida que dedicou a Nossa Senhora da Assunção, nas margens do rio Tâmega. no local onde hoje se ergue a Igreja e Convento de São Gonçalo, em Amarante. O processo de beatificação foi promulgado em 16 de setembro de 1561. A devoção ao santo mais popular dos santos portugueses, depois de Santo António de Lisboa, espalhou-se por Portugal e Brasil. Em 1540 João III de Portugal e D. Catarina de Áustria, deliberaram a construção de um novo templo e convento dominicano no local, sob a invocação de Gonçalo de Amarante. As obras iniciaram-se em 1543, tendo-se prolongado até ao século XVIII, com intervenções no século XX.
Amor de Perdição é o livro escrito por Camilo Castelo Branco, em 1862, que narra o amor trágico de dois jovens. A obra, baseada em factos reais, foi escrita quando Camilo estava preso e vivia também um amor proibido.
Poucos se lembram deste cinema, construído no início do século XX e demolido no final dos anos 40 para dar lugar à atual Rua de Ceuta. O Apolo Terrasse surgiu numa altura em que o cinema ganhava popularidade. Inicialmente, os filmes eram projetados em barracões ou nas grandes lojas da cidade, mas, à medida que o interesse do público aumentava e que a produção cinematográfica se diversificava, começaram a ser construídos espaços específicos para a exibição de filmes.