Situada em S. Mamede Infesta, é uma construção dos fins do séc. XIX. Tem anexada uma capela setecentista, que serviu de oficina ao patrono. Foi nesta casa que decorreram os últimos anos de existência do cientista e professor português.
Na exposição permanente da casa, além da coleção de pintura, desenho e gravura, são encontrados utensílios e escritos científicos de Abel Salazar, assim como peças de mobiliário originais da casa.
A Casa-Museu restitui parte do ambiente familiar do patrono, mediante objetos pessoais e retratos, assim como testemunhos da atividade do pesquisador, pedagogo e divulgador de intervenções cívicas, através de cartas, manuscritos, provas tipográficas, jornais e revistas onde colaborou.
É também na casa que se encontra a biblioteca do médico e a biblioteca Alberto Saavedra, com um fundo documental especializado sobre a vida e obra de Abel Salazar.
No jardim, está o Pavilhão Calouste Gulbenkian, com uma programação regular de exposições com artistas contemporâneos.
Foram os amigos e admiradores de Abel Salazar que, após a sua morte, acharam que a maior homenagem que lhe podiam prestar era transformar a sua casa numa Fundação.
Várias foram as iniciativas que se realizaram para angariar fundos na tarefa de defesa e divulgação da Obra de Abel Salazar, incluindo a compra da casa para a transformação em museu. Mas só quase 11 anos depois, foi criada a “Sociedade Divulgadora da Casa-Museu Abel Salazar de S. Mamede Infesta”.
No entanto, as dificuldades continuaram e a Sociedade Divulgadora apela à Fundação Calouste Gulbenkian, que adquiriu, em 1965, toda a obra artística, literária e científica e o imóvel e terreno anexo à Casa-Museu.
Durante o período que pertenceu à Fundação Calouste Gulbenkian, a casa esteve encerrada ao público para obras de restauro, construção da casa do guarda e do pavilhão destinado a exposições periódicas.
Em 1975, a Fundação deixou de conseguir assumir os encargos da Casa e coloca a questão de a Casa-Museu ser doada à Universidade do Porto, que foi superiormente autorizada a aceitar a doação.
A Casa-Museu Abel Salazar, tutelada pela Universidade do Porto, é dirigida com o apoio de uma Associação Divulgadora, entidade de carácter cultural e considerada de Utilidade Pública. Centrada no valor humano, social e artístico do patrono, a Casa-Museu pretende estimular o interesse pela obra de Abel Salazar nos diversos ramos que cultivou, de ativar a publicação de estudos em torno das diferentes aptidões do cientista, de fomentar a colaboração com escolas e organismos culturais e recreativos, de completar o trabalho de inventariação e investigação do espólio literário tanto publicado como inédito, assumindo-se como centro de informação e de investigação insubstituível do artista e cientista Abel Salazar.
Abel de Lima Salazar foi, não só o médico e investigador científico, até hoje conhecido pelos seus feitos, mas também um escritor, crítico de arte, ensaísta e artista plástico. Apesar do seu nome estar incontornavelmente ligado ao Porto, foi Guimarães a cidade que o viu nascer a 19 de julho de 1889.
Acabaria, então, por se dedicar com afinco à elaboração e publicação de textos de cariz científico, ocupando-se também na prática artística de que foi notável representante, sobretudo na pintura, gravura e nos cobres martelados.
O mais conceituado arquiteto português assinou casas, museus, escolas e até uma estação de metro na área do Grande Porto.

Apesar de ter nascido em Lisboa (1825) filho ilegítimo de um aristocrata com a sua criada, com 5 anos veio viver para o norte – Vila Real, órfão mãe. Com apenas 16 anos casou-se, e em 1843, 2 anos depois, foi pai. Nesse mesmo ano veio para o Porto viver sozinho, para a Rua Escura, no histórico e pitoresco bairro da sé, para estudar medicina. Mais tarde viveu no hotel Paris, na Rua da Fábrica.

Júlio Dinis (1839-1871), nasceu e foi baptizado no Porto, na freguesia de S.Nicolau.
Ricardo de Almeida Jorge nasceu no Porto, em 9 de maio de 1858.
Frequentou a Escola Médico-Cirúrgica do Porto entre 1874 e 1879, finalizando o curso de Medicina aos 21 anos, com uma dissertação “O nervosismo no Passado” Iniciando a sua vida profissional na Faculdade de Medicina e Cirurgia do Porto. Em 1880, leciona na mesma Faculdade as cadeiras de Anatomia, Histologia e Fisiologia Experimental e concorre ao cargo de professor substituto no Departamento de Cirurgia da mesma escola. Elabora um trabalho sobre Localizações Motrizes no Cérebro, numa época em que a neurologia dava os primeiros passos. Não protelando a pratica clínica, desloca-se várias vezes ao estrangeiro, assistindo às lições do neurologista Charcot.